História da Astrologia: Origens.

Monday, November 24
Para quem trabalha com astrologia no ocidente, a história segue um rumo definido, que começa na Mesopotâmia - há registros de cerca de 15 mil anos a C, em que as fases da Lua já eram anotadas em pedaços de osso e estas parecem ser as mais antigas observações astronômicas que se conhece. A palavra Mesopotâmia é grega e refere-se ao fato de ser uma terra entre dois rios, o Eufrates e o Tigre ('mesos" significa meio e 'pótamos' significa rios).
Os registros mesopotâmicos atestam o que se chama hoje de presságios, como origem da astrologia ocidental. Tal como ocorreu com outras culturas, tratava-se de examinar os céus para ver o que poderia afetar os reinos. A maior parte destes presságios misturavam previsões de tempo e astronomia, mas o que diferenciou os mesopotâmicos de outros povos do Ocidente foi que naquela época eles começaram a gravar de forma sistemática os fenômenos celestes e tentar correlacioná-los com eventos terrestres. Um exemplo do tipo de anotação de presságios do período acádio, veja o seguinte trecho:
"Se Vênus aparecer a Oeste no mês de Airu e os Grandes e Pequenos Gêmeos circundarem-na, todos os quatro, e ela estiver escura, então o rei de Elam cairá doente e não permanecerá vivo".
O mais extenso documento contendo os presságios babilônios estão no épico chamado Enuma Anu Enlil, condensados por volta do segundo milênio a C.
A civilização mesopotâmica nasceu há cerca de 4 mil anos a C - com o povo ubaida, depois vieram os sumérios, que inventaram a escrita cuneiforme, uma das mais antigas formas de registro escrito, que consiste na confecção de formas de baixo-relevo com cunhas no barro, que depois era cozido.
O traço histórico marcante, que, segundo estudiosos, terá muito impacto na própria constituição da astrologia, como também de outros conhecimentos, é a forte instabilidade política da região, durante milênios. Os acádios conquistaram os sumérios (2330 a C). Em 1350 a C tem início o Império Assírio, que mais tarde irá estender seu controle político e cultural por toda a região da Mesopotâmia, parte da antiga Pérsia, Síria, Palestina e Egito (730 e 650 a C). O segundo império babilônico (612 a C) dura até a tomada da região pelos persas, quando também o Egito fica unificado sob a dominação política persa.
Com a perspectiva sempre presente da perda do poder por parte de lutas regionais, os reis e imperadores mantinham um séquito de observadores do Céu, que informavam em "memorandum" os fenômenos que viam, como sinais de eventos que ocorreriam aos poderosos.
Não havia o "mapa astrológico" tal como o conhecemos hoje em dia. Cosmologia e cosmogonia astral entremeavam-se nos longos épicos da criação, como as Tábuas de Vênus do rei Amizaduga e o Enuma Anu Enlil, cuja forma acabada será conhecida apenas nos últimos séculos anteriores à queda da Babilônia. Os registros falavam de estrelas fixas também e não há relatos sobre casas astrológicas ou aspectos tais como os conhecemos hoje.
Os sumérios inventaram o sistema sexagesimal, que facilitou operações matemáticas muito complicadas com relação à astronomia e este seu sistema numérico foi exportado para toda a antigüidade. Os egípcios adotaram este sistema para fazer ainda melhor suas correlações arquitetônicas e celestiais. Quando o Egito ficou unificado juntamente com a Babilônia, a troca de conhecimentos foi facilitada; durante a dominação persa também, sendo este povo muito devotado à astrologia, o que facilitou o intercâmbio entre Egito e Mesopotâmia. Sabemos que os egípcios construíam obras arquitetônicas alinhadas às estrelas fixas, com precisão de minutos de arco, talvez querendo a simpatia do Céu para com suas propostas de poder e religião, mas não pareciam ter nenhuma teoria planetária envolvida nesta função, nem técnicas matemáticas apropriadas.
Por todos os séculos que se sucederam, os povos que viviam entre o Tigre e o Eufrates continuaram cuidadosamente a registrar suas observações, até que após verificar a recorrência de ciclos planetários, chegaram a calcular com grande grau de acerto as posições dos planetas para o resto do tempo futuro. Registros de eclipses que começavam em 727 a C e que cobriam até o período após as conquistas de Alexandre mostraram-se corretos, segundo todos concordam. Naquele período babilônico, o que se fazia era marcar o Céu de acordo com estrelas, e não através de marcas fixas de um zodíaco de 30 graus; os babilônios usavam estrelas individuais para marcar a posição dos planetas.

fonte: http://www.geocities.com/Paris/Lights/5862/historia.html