apenas mais uma de amor...

Monday, August 25
"...ela acorda tarde, a cabeça dói. Quantas cervejas mesmo? O suficiente para fazer seu mundo girar em uma velocidade não muito agradável. Levanta, sua mãe fala, algo sobre não almoçar em casa, mas... quem se importa? Não acha que vai comer, de qualquer forma.
Começa a lembrar do dia anterior; livraria, chopp, tacos, posto, cerveja, muita cerveja. Lembrou de seu sorriso, ele falava de música a seu lado. Quantas vezes na noite pensou que poderiam ficar? Já não lembrava mais. Culpa dos casais a seu redor. Culpa dele. Precisa sorrir daquele jeito?
Medo de dar vexame, nossa, passara da conta no álcool. A hora passa, voando, memso com os adolescentes ao redor gralhando como... como o bando de adolescentes que são.
Ai, a cabeça dói mesmo.
O que conversaram antes do posto? Sobre eles, entre um taco e outro, uma cerveja e outra. Mas só ela bebia, ele começou com Coca. O que foi mesmo? Esoterismo, homem/mulher... É, que as mulheres não sabem o que querem. Bem, ELA sabe bem o que quer. Mas ele não. Então ela aguarda. Sua amizade é seu presente, de qualquer jeito. As pensa até quando aquela situação durará, já se vão 6 meses. E não houve um dia sequer no qual eles não se falaram. Talvez acabe no dia em que ele lhe apresente uma namorada, como reagiria? Amizade sim, mas condenada. Existe um limite para tudo, afinal de contas.
A propósito, como lidar com uma amizade condenada?
Devaveios a parte, ela vive o dia. Passa rápido, domingo de ressaca, muita Coca-Cola, miojo... Não escreve nada, como escrever, sem algum estímulo? Se encontram de novo, o que era pra durar 2 horas dura 4. Espetinho, conversa, ela se pergunta de novo por que não põe um fim naquilo tudo, adianta escrever sobre o universo masculino sem viver isso? "Você não está comendo muita carne.", ele diz. Tem certeza que são só amigos?
São.
Acima de tudo, apesar de as vezes ela se desesperar com isso. Mais que qualquer coisa, amigos. Enquanto ela fuma afastada do grupo, olhando para o mar, ela reflete sobre esta coisa do amor. A maravilha de ser mulher e amar sem culpa. Sem a culpa que talvez ELE sinta, e que por isso eles só sejam amigos.
Só?
E é pouco?
As vezes é. Mas ela está feliz. Isso que importa.

Acaba o dia. "Quer que te acorde amanhã?" - ela diz
"Às 9"
CLARO que ela vai ligar.
Chega em casa, fuma um cigarro, sorri sem motivo. Dorme. Sorrindo. Acha que amanhã só conseguirá escrever algo besta sobre alguma noite qualquer..."