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Wednesday, December 3
"...não é que ela estivesse infeliz... era só uma inquietação que lhe oprimia o peito, uma sensação de que as coisas para ela não podiam dar certo completamente. Não é que suas lágrimas não significassem nada, mas se esforçava para se apegar nas alegias que tivera e procurava esperança no futuro. Talvez seja o vinho, a noite mal dormida, talvez seja o cansaço de longas horas trabalhadas, ela não sabia.
Não que quisesse se entregar àquela confusão de sentimentos, não. Mas aos olhos do mundo ela sorria, enquanto dentro de si ela não sabia o que sentia. Não que tivesse mal, mas não estava bem. Talvez o vinho. É, talvez Ele. Ou talvez via as coisas com clareza, e por isso não se deixava envolver pela euforia vigente.
Estava com saudade de casa. Estava com saudade de se sentir em casa, pelo menos, queria ficar sozinha, talvez curtir consigo mesma suas próprias vitórias, mas nem isso ela podia.
Queria gritar para o mundo como se sentia, mas, o que gritar? Aquela frustração cortava-lhe a alma, enquanto lutava pa se mostrar forte. ela não era forte. Da onde tiraram a idéia que era forte?
Ela seguia em frente, meio trôpega, a esconder suas lágrimas nos sorrisos bem ensaiados que a vida ensinara-lhe a mostrar, enquanto por dentro ela se perguntava: "O que mesmo faço aqui?" "